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Ano

2019


Área

702 m²



Equipe de Projeto: Camila Ungaro, Laura Tomiatti, Thiago Benucci, Victória Menezes, Manoella Pessoa


Engenharia:

YCON engenharia (cálculo estrutural) 

Ramoska & Castellani (elétrica e hidráulica) 

Ita Construtora (estrutura de madeira) 


Gerenciamento e execução de obraArnaldo Paoliello


Paredes de Taipa: Taipal Brasil 


Paisagismo: André Paoliello Paisagismo 


Fotografia: Manuel Sá


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Localizada em plena Serra da Mantiqueira, no município de Santo Antônio do Pinhal, esta residência utiliza técnicas construtivas adaptadas ao local e de baixo impacto ao meio ambiente.


Pelo formato e topografia do terreno, a implantação da construção se deu de forma alongada e sinuosa, em três seções de reta conformando um “S” aberto. Desta forma, a construção se encaixa no relevo quase sem movimentação de terra, conformando o programa de maneira linear. Todos os ambientes da casa se voltam para o fundo do lote, valendo-se das vantagens das faces norte e nordeste e da magnífica vista do horizonte sobre a mata nativa adjacente. Na face oposta, voltada para a rua de acesso, um paliteiro de madeira, ao longo de toda a fachada, protege de maneira leve e não totalmente opaca os ambientes da casa, preservando sua privacidade.

 

Toda a terra gerada pela pequena movimentação da terraplenagem e proveniente das escavações das fundações, foram aproveitadas no embasamento em três volumes (caixas) com paredes de terra socada, na técnica ancestral revisitada da taipa de pilão. Estas paredes, com 30 cm de espessura, acomodam programas da residência, como a adega e as acomodações para hóspedes e serviços, e nos intervalos entre elas os espaços abertos são usados como varandas e garagem coberta.

 

Não existem pilares de concreto portanto a estrutura superior não deveria causar momentos ou torções nas paredes de terra que devem trabalhar apenas à compressão. Assim, foram projetadas duas vigas de concreto longitudinais, para distribuir as cargas de maneira uniforme sobre as paredes de taipa. A estrutura de madeira laminada colada em eucalipto do pavimento superior repousa suavemente, através de uma sequência modular de vigas transversais de madeira, sobre as vigas de concreto, com balanços simétricos, de maneira equilibrada, evitando torções. Toda a estrutura foi montada rapidamente e coberta com telhas metálicas “sanduiche” (camada dupla de chapas metálicas com miolo de poliuretano expandido) protegendo desta forma, já no período de obra, as paredes e estrutura de madeira das intempéries. As telhas metálicas se apresentam integralmente na arquitetura como cobertura e forro interno dos espaços, a camada superior foi pintada na cor terracota e na face inferior interna aos ambientes da casa foi pintada de branco.


No pavimento superior, o programa residencial se conforma de maneira linear, de um lado os dormitórios e banheiros e de outro o espaço de convívio social, bastante transparente para a vista. Estes dois setores estão separados por um intervalo, uma ampla varanda aberta, que configura um espaço de entrada no meio da construção. Na área de convívio, todas as funções são integradas e abertas, reforçando a ideia do compartilhamento de atividades, sempre desfrutando da paisagem e do horizonte variado.


A casa também dispõe de sistemas sustentáveis próprios, como aquecimento solar, geração de energia fotovoltaica, captação e reaproveitamento das águas pluviais, o que torna esta construção praticamente autossuficiente em consumo de água e energia elétrica.

 



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